terça-feira, 29 de abril de 2014

Esquerda Evangélica

ESQUERDA EVANGÉLICA
Tornei-me evangélico pentecostal aos 16 anos. Por simpatizar com a luta contra a pobreza e ter amigos progressistas durante alguns anos fiz parte da Esquerda Evangélica com a visão romântica de defender os marginalizados. Nesse tempo conheci vários ministérios e ONGs que se alinhavam à visão progressista. A maioria defendendo a visão social-democrata.

Mas com o passar do tempo percebi que muitos desses progressistas se calavam quando era preciso defender valores conservadores como a família tradicional, a sacralidade da vida, propriedade privada, o combate às drogas, etc. Isso me fez distanciar-me da visão progressista e buscar outras visões mais coerentes com a fé bíblica.

Além disso, fui percebendo que as igrejas conservadoras são as que de fato mais recuperam os marginalizados, que sobem os morros e favelas, que se colocam ao lado dos pecadores, etc. É no meio pentecostal onde mais vemos pobres melhorando de vida, prostitutas deixando essa vida, alcoolistas recuperados, dependentes químicos reabilitados, lares restaurados, presidiários transformados, etc. Logo pode-se ver que são os cristãos conservadores que mais tem feito diferença na vida dos marginalizados.

Como todo brasileiro, ouvi por anos a doutrinação feita nas escolas, universidades e TV onde criticam-se os valores conservadores como sendo um "atraso". No Brasil as pessoas em geral só conhecem a ideologia progressista (esquerda) e pouco sabem sobre conservadorismo ou mesmo sobre liberalismo econômico (ambas visões de direita). Isso tem confundido boa parte dos cristãos conservadores que ficam sem saber como se posicionar nas questões políticas. Para a esquerda a solução das mazelas sociais é fazer ações de inclusão (mais dinheiro e educação formal) ao passo que para os conservadores os valores morais são cruciais para livrar-nos da degradação social, inclusive familiar, bem como para o progresso da sociedade.

Por isso gostaria de apresentar uma classificação que julgo ser bastante didática. Considerando a forma de encarar os valores morais cristãos e sua influência no Estado, pode-se dizer que temos 4 grupos principais no meio evangélico. Há pessoas de várias correntes teológicas (calvinistas, pentecostais, batistas, etc) dentro de cada grupo. Vejamos:

1) 
grupo do evangélico conservador 'típico' é aquele que aprende valores conservadores na igreja e por falta de noções políticas mistura isso com uma visão econômica intervencionista (social-democracia). Esse cristão milita pelos valores conservadores, mas por ser leigo em política pode apoiar bandeiras econômicas esquerdistas (Estado Paternalista) e chega a votar em candidatos socialistas sem perceber a incoerência. Há nomes famosos nesse grupo especialmente entre cantores gospel. Parece ser o caso da família Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, pois são conservadores e ao mesmo tempo apoiam Marina Silva (progressista); além disso dão espaço tanto para a Teologia da Prosperidade quanto à Teologia da Missão Integral.

2)
 grupo do evangélico conservador 'consciente' é composto por aqueles que entendem seu papel de cidadão e defendem seus valores morais na esfera pública; esse cristão respeita o Estado Laico e não quer uma igreja oficial do Estado, muito menos uma teocracia; mas exerce sua cidadania defendendo princípios conservadores e leis baseadas na moral judaico-cristã (sem ser teonomista). Além disso, abraça uma visão econômica com um Estado menor e mais liberdade econômica. Há nomes famosos nesse grupo como Augustus Nicodemus, Norma Braga, Yago Martins, Silas Malafaia, Marco Feliciano, Rachel Sheherazade, Marisa Lobo, Paschoal Piragine Júnior e outros.

3)
 grupo do evangélico progressista de moral dupla é aquele que abraça a visão econômica da esquerda conscientemente (em geral social-democrata) e começa a fazer uma distinção entre moral privada e moral pública. Eles são pessoalmente contra o aborto, casamento gay, drogas, etc, mas aceitam que o Estado libere tudo isso por ser laico. Dizem que os cristãos não devem impor sua moral. Em geral nesse grupo se enquadra o pessoal da Missão Integral, a ABUB, a revista Ultimato, revista Cristianismo Hoje, Jovens da Verdade, a Visão Mundial, etc. Esse grupo costuma posar de vanguardista ou "evangélico cult" e olhar para os conservadores como 'atrasados' repetindo o mesmo senso de superioridade dos demais esquerdistas. É comum nesse grupo cristãos que apoiam o feminismo (rejeitando a liderança masculina no lar) e defendem o divórcio como um direito (em vez de um mal necessário em casos extremos). Outra característica comum é dar grande valor à ação social. Há nomes famosos nesse grupo como Edir Macedo, Marina Silva, Ariovaldo Ramos, Sergio Pavarini, Paul Freston, Valdir Steuernagel, Ziel Machado, Alexandre Brasil Fonseca, Carlos Queiroz, Antônio Carlos Costa (ONG Rio de Paz), Julio Zabatiero, Ariovaldo Júnior e o falecido bispo Robinson Cavalcanti e outros.

3.1) SUBGRUPO: Evangélico Conservador influenciado pelos Progressistas:
Há muitos pastores sérios que admiram os líderes que citei nesse grupo 3, e por serem leigos em política acabam adotando o discurso desses irmãos progressistas sem perceber que estão abraçando uma visão de esquerda que se opõe aos valores conservadores.
- Já vi pastores que gostam da Ultimato e do pessoal da Missão Integral e não faziam idéia que esses irmãos defendem conceitos de esquerda; reproduziam as opiniões desses grupos sem saber que disseminavam a visão progressista;
- Já vi pastores criticando o Marco Feliciano e o Silas Malafaia porque leram alguma crítica na revista Cristianismo Hoje onde ainda dizia que não devemos impor nossa moral à sociedade; esses pastores não tinham noção que essa revista é de esquerda.
- Há ainda muitos cristãos que dizem que não devemos nos envolver em política, mas apenas evangelizar; por serem contra a política esses irmãos acabam se alinhando aos progressistas de moral dupla já que eles estrategicamente pregam que não devemos impor nossa moral cristã à sociedade. Esses cristãos acabam fazendo política sem saber pois apóiam os progressitas que defendem uma igreja sem voz no campo moral. Para esses irmãos sugiro lerem esse post:
http://ondaconservadora.blogspot.com.br/2013/04/os-cristaos-devem-impor-sua-moral-aos.html
http://ondaconservadora.blogspot.com.br/2014/06/politica-x-evangelismo.html

4) grupo do evangélico progressista liberal é formado por aqueles que além de abraçar o progressismo econômico passaram a abraçar os valores morais progressistas (tanto na igreja quanto na esfera pessoal). Para sustentar essa visão "libertina" os adeptos desse grupos costumam abraçar o liberalismo teológico. Há sociais-democratas, marxistas e comunistas nesse grupo. Mas o ponto em comum é que abraçam (em parte ou totalmente) a moral progressista na esfera pessoal defendendo coisas como feminismo, divórcio por qualquer motivo, casamento gay, sexo fora do casamento, uso da maconha, casamento como mero compromisso entre duas pessoas (sem necessidade de qualquer cerimônia), aborto, universalismo, ecumenismo, etc. Alguns aceitam até mesmo a ordenação de ministros gays e o casamento gay no religioso. Parte desses cristãos defende o uso de palavrões e usa gestos obscenos sem o menor pudor. Alguns apelam até mesmo para a criação de versões mais "livres" da Bíblia como a versão "Good as New". Nesse grupo temos vários pastores ligados à IECLB e outros liberais de igrejas ditas inclusivas. Nos EUA temos várias igrejas nesse grupo como a Igreja Unida de Cristo, a Igreja Episcopal, a Igreja Evangélica Luterana da América e a Igreja Presbiteriana dos EUA (PCUSA). E a Visão Mundial Americana deu sinais de que está caminhando para esse grupo pois recentemente chegou a apoiar o casamento gay entre cristãos (o que depois desculpou-se)Há nomes famosos nesse grupo como Caio Fábio, Rev Marcos Amaral, Walter Altmann, Lanna Holder, Ed René KivitzRicardo Gondim e outros. O Kivitz e o Gondim já admitiram que são universalistas, embora às vezes neguem isso para fugir das polêmicas.

Graças a Deus vejo que a cada dia mais evangélicos tornam-se conservadores conscientes.

Uma vez me perguntaram se é pecado ser progressista. Vou dizer apenas que é uma incoerência e que não é nada sábio apoiar a institucionalização do pecado numa nação. Muitos cristãos progressistas acabam sendo "inocentes úteis" nas mãos de grupos poderosos que lucram com as políticas esquerdistas. 

Leia também: A árvore da missão integral apodreceu.
http://bereianos.blogspot.com.br/2013/01/a-arvore-da-missao-integral-apodreceu.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário